Deitado no chão fitando o teto, não consigo pensar em muita coisa, ou melhor organizar as ideias, os pensamentos…, mas já se era de imaginar nem minha vida consigo organizar, quanto mais outras coisas.
Com muita dificuldade pego meu celular e jogo meu nome no Google, logo aparecem varias informações da minha vida atual, mas ignoro todas e pesquiso o nome seguido de alguns anos atrás, especificamente no começo da minha carreira.
Apareceram varias coisas, e eu encarei aquele menino, feliz, empolgado, cheio de vontade e desejos. Como sinto saudades desse garotinho, por onde ele anda agora?Minha vista se embaça ainda mais quando as lagrimas chegaram. Não aguento mais isso. Cadê as pessoas que me falaram que estariam comigo quando eu mais precisasse? Eu preciso agora, cadê as mãos para que eu as segure, para me erguer, cadê?
Pensar que é tudo culpa minha. Eu sou um idiota. Pego uma garrafa de bebida vazia, que tomei a alguns minutos, jogo na parede e ela se espatifa jogando alguns cacos em mim. Um chega a pegar em meu rosto fazendo um pequeno corte. Não sinto ele arder, nem o sangue escorrer, o efeito do álcool me deixa dormente.
Olho meus dedos sujo de sangue, é assim que me sinto por dentro sangrando. Volto a olhar para tela do celular e abro alguns videos de mim, sorrindo, com meus amigos, com minha família, com as pessoas que me amam e eu decepcionei. Abro outro e vejo meus fãs, meus preciosos fãs. O que eles estão pensando de mim em uma hora dessas? O que!? As piores coisas, e o que ainda é pior, decepção. Nunca vou me perdoar por fazê-los sofrer. Sinto uma grande dor no meu peito, mas se eu pudesse tomar a dor de cada um para mim, com certeza faria. Acaricio a tela do telefone que estava em algumas foto com a multidão de fãs. Eu em cima do palco me curvando para segurar a mão de um fã que chorava, eu sabia que eram lagrimas de alegria, mas mesmo assim queria abraça-la e dizer pra não chorar. Nossos dedos se tocaram e enfim apertei sua mão, para que ele soubesse que eu estava ali.
Por favor, agora é a vez de vocês segurarem a minha mão, apertar, preciso saber que ainda estão aqui. Fechei os olhos e chorei. A escuridão que se instalava dentro das minhas pálpebras era como me sentia, mergulhado nas trevas, abraçado pela solidão. Vazio. Suplico, acendam as lanternas, me mostrem o caminho, permitam que eu possa me guiar por suas luzes.
Onde vocês estão? ONDE!?